Agência Brasil
Por RTP –
Londres
A
probabilidade de ser infectado pelo novo coronavírus diminui drasticamente após
a inoculação da primeira dose da vacina da Pfizer/BioNTech ou da
AstraZeneca/Oxford. A informação é de um estudo britânico que concluiu, também,
que a primeira aplicação dessas vacinas protege tanto pessoas mais velhas e
mais vulneráveis quanto os mais jovens e saudáveis.
O trabalho
conjunto do Office for National Statistics (ONS) e da Universidade de Oxford
descobriu que há forte resposta imunitária em todas as faixas etárias depois da
primeira dose de uma dessas vacinas. Segundo o estudo, divulgado em
pré-publicação nesta sexta-feira (23), as inoculações tanto com a vacina da
Pfizer quanto com a da AstraZeneca foram tão eficazes em indivíduos com mais de
75 anos e/ou em pessoas com problemas de saúde latentes, quanto em pessoas mais
novas e/ou mais saudáveis.
O estudo,
incluído em dois artigos que ainda não foram revistos, é baseado em testes
realizados em cerca de 370 mil pessoas da população do Reino Unido e já é um
dos maiores feitos até hoje, uma vez que fornece mais evidências em um cenário
real sobre as vacinas usadas em território britânico e sua eficácia contra a
infecção pelo SARS-CoV-2.
Os
pesquisadores indicam que, ao reduzir as taxas de infeção, as vacinas não vão
apenas prevenir as internações hospitalares e as mortes por covid-19, mas
também permitir a quebra das cadeias de transmissão e, assim, reduzir o risco
de um potencial ressurgimento da doença à medida que o Reino Unido vai
aliviando as restrições.
A equipe de
pesquisadores afirmou ao The Guardian que essas conclusões foram fundamentais
para a decisão do governo britânico de priorizar a vacinação de uma primeira
dose às pessoas mais velhas e aos grupos mais vulneráveis.
“Não
houve evidência de que as vacinas fossem menos eficazes entre os adultos mais
velhos ou aqueles com problemas de saúde de longo prazo”, explicou Koen
Pouwels, um dos autores do estudo.
Ao serem
analisados os resultados dos testes de covid-19 da população em estudo, entre
dezembro de 2020 e abril de 2021, concluiu-se que 21 dias após a primeira
aplicação – o tempo que o sistema imunitário demora para criar uma resposta –
as novas infecções pelo novo coronavírus diminuíram cerca de 65%. Isso
significa que as pessoas que foram vacinadas com uma única dose das vacinas
Oxford/AstraZeneca ou Pfizer/BioNTech tiveram 65% menos probabilidade de
contrair nova infecção.
Contudo, as
primeiras vacinas foram mais eficazes contra infecções sintomáticas do que
assintomáticas, em comparação com a taxa de infeção na população não vacinada.
Ao fim de três semanas após a aplicação da primeira dose, os casos de doença
com sintomas diminuíram 74% e dos assintomáticos, 57%.
A
investigação foi mais além: uma segunda dose da Pfizer pode proteger até 90%
contra a infecção pelo vírus. A aplicação das duas doses, ou seja a imunização
completa com a vacina da Pfizer aumentou mais a proteção, reduzindo as
infecções sintomáticas em 90% e as assintomáticas em 70%. Essa análise não foi
feita com pessoas que receberam as duas doses da AstraZeneca, já que ela foi
aprovada mais tarde e ainda não é possível avaliar o impacto da segunda dose na
imunização da população.