Os moradores do Rio de Janeiro viveram uma segunda-feira de caos e de terror. Bandidos incendiaram 35 ônibus, carros de passeio e até um trem depois da morte de um miliciano da Zona Oeste da cidade.
São cenas de uma tarde em que a Zona Oeste do Rio viveu o terror. Mais de 30 ônibus e até carros de passeio foram incendiados em nove bairros: Santa Cruz, Paciência, Cosmos, Inhoaíba, Guaratiba, Campo Grande, Recreio, Sepetiba e Madureira, na Zona Norte. Só nesses locais vivem mais de 1 milhão de pessoas.
Quem passava pela região, registrava imagens assustadoras de veículos em chamas. Imagens mostram o momento em que um homem ateia fogo em um dos ônibus. Outra registra o desespero de passageiros fugindo às pressas de um ônibus que acabava de ser atacado pelos criminosos. Uma mulher chega a cair no chão e é socorrida.
Por questão de segurança, o sistema do BRT suspendeu a circulação de várias linhas que cruzam a Zona Oeste.
Em um local, o fogo acabou atingindo cabos de energia. Na Avenida Brasil, um caminhão foi colocado para interditar quatro pistas no sentido Santa Cruz. Um trem também foi atacado por bandidos.
A Polícia Civil afirma que os ataques foram uma reação da milícia a uma operação que matou Matheus Resende, de 24 anos. Ele era sobrinho do chefe da milícia que atua nessa região e apontado como o número 2 na hierarquia do bando que domina e aterroriza moradores da Zona Oeste.
Na mesma operação, um menino de 10 anos, que estava dentro de casa, foi atingido na perna, levado para o hospital e já teve alta.
Foi o maior ataque a ônibus em um dia na história da cidade do Rio de Janeiro. E com muitos impactos, não só no trânsito e nos transportes, mas também no funcionamento do comércio, das escolas. As aulas em 45 escolas municipais da região foram afetadas, prejudicando mais de 17 mil alunos. Doze pessoas foram presas, suspeitas de participar dos ataques.
A operação da polícia e as reações dos criminosos levaram a cúpula da segurança do Rio a convocar uma entrevista coletiva com a presença do governador do estado. Foi preciso explicar por que uma operação pontual contra a milícia acabou permitindo que a insegurança tomasse conta de uma região inteira da cidade.
Nas imagens feitas pelo Globocop, não se vê a presença ostensiva da polícia nas ruas e avenidas onde os ônibus foram incendiados.