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Presídios femininos de São Paulo celebram um ano de Visita Virtual Mulher em véspera do Dia das Mães

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Modalidade de visita virtual do projeto Conexão Familiar foi pensado como forma de manter os laços familiares entre reeducandas e seus filhos

No próximo domingo (12), data em que se comemora o Dia das Mães, o projeto Conexão Familiar – Visita Virtual Mulher completa um ano de funcionamento nos presídios femininos do Estado de São Paulo. Desde sua implementação, foram realizadas 5.645 visitas virtuais, representando um importante meio de manter os laços familiares durante o período de reclusão no sistema prisional.

A iniciativa, fruto de uma proposta idealizada pelo Comitê da Mulher Presa e Egressa do Sistema Prisional e pela Coordenadoria de Reintegração Social e Cidadania, surgiu como resposta a um cenário preocupante: o baixo número de visitas recebidas pelas mulheres presas nas unidades prisionais do estado.

Reconhecendo a importância do contato familiar para a reintegração social das reeducandas, o projeto visa proporcionar uma alternativa viável, especialmente para aquelas que enfrentam dificuldades em receber visitas presenciais, sobretudo as mães separadas de seus filhos.

A história de Giovana, da Penitenciária Feminina de Tupi Paulista, ilustra a relevância dessa iniciativa. A quase 200 km de distância de sua cidade, a única forma de contato que a reeducanda tinha com seus filhos, de 8 e 19 anos, era por meio de cartas ou por e-mail, outra modalidade do projeto Conexão Familiar. “Por carta eu não consigo ver o sorriso dos meus filhos, mas pela chamada a gente consegue ver a emoção deles. Na última visita eu brinquei com a minha filha e ela abriu aquele sorriso lindo, toda feliz”, exemplifica.

A reeducanda destaca que a modalidade virtual de visitas ajuda a manter os laços familiares. “Se eu não tivesse essa visita, conforme meu filho fosse crescendo, eu acho que não ia ter mais aquele laço de mãe e filho. Mas a partir do momento que a gente está em contato todos os finais de semana, fica muito mais fácil para a gente ter uma convivência depois que eu sair”.

Além dos filhos, Giovana também utiliza a visita virtual para matar a saudade de sua mãe, principalmente em datas comemorativas como o Dia das Mães. “Neste fim de semana vou mandar um monte de beijos para ela. Eu falo sempre: ‘mãe, que vontade de deitar no seu colo’, aí ela sorri. É muito gostoso, está sendo muito gratificante”, completa.

Desde a sua implantação, o projeto tem sido uma ferramenta essencial para amenizar as consequências da separação física, permitindo que familiares e reeducandas possam se ver e conversar regularmente. A visita virtual, de 10 minutos, tem sido uma forma eficaz de aproximação, possibilitando que mais pessoas possam ter acesso a esse importante meio de comunicação.

A Coordenadora de Reintegração Social e Cidadania, Carolina Passos Branquinho Maracajá, ressalta que a iniciativa é uma continuação do projeto Conexão Familiar, implementado durante a pandemia de Covid-19 em 2020. Desde então, a visita virtual se mostrou uma ferramenta valiosa, cuja importância se estende para além do contexto pandêmico.

“Os familiares, guardiões dos filhos e filhas das mulheres privadas de liberdade, que se encontram muitas vezes em situações vulneráveis, para conseguir manter os vínculos fortalecidos, encontram nas visitas virtuais o aconchego da família, quando podem se olhar, e assim sentir que logo estarão juntos novamente. E isso, minimiza a fragilidade social e psicológica”, destaca a Coordenadora.

Com o objetivo de garantir a continuidade e eficácia do projeto, é fundamental que familiares estejam regularmente cadastrados no rol de visitas dos reeducandos e solicitem o agendamento para visita virtual por meio do site oficial da Secretaria da Administração Penitenciária. A modalidade de visita virtual tem se mostrado não apenas uma alternativa temporária, mas sim uma ferramenta indispensável para manter os laços afetivos em um contexto desafiador como o sistema prisional.

LEGENDAS

Visita virtual tem aproximado mulheres privadas de liberdade de seus familiares (foto arquivo)

Penitenciária Feminina de Tupi Paulista registrou 1.503 atendimentos do gênero em quase um ano (foto arquivo)

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